Friday, May 02, 2008

Deu-me dois beijos na cara e eu fiquei sem recção. Achei estranho. Depois de tanto tempo sem nos vermos e recebo dois beijos na face? Eu já desconfiava que homens decentes só mesmo nas "Palavras que nunca te direi", mas... Olhei-o nos olhos quase a chorar, a pensar que tinha sido estúpida e burra em ter voltado e que, provavelmente, ele já tinha outra, mas entretanto ele abraçou-me. Foi tão bom sentir aqueles braços fortes a espremerem-me e sentir o cheiro do after-shave dele que para mim é o seu cheiro. Quantas e quantas vezes me lembrei dele através desse cheiro nos outros? Deixei-me levar e beijei-o. Beijei-o como se fosse a última vez que o fosse ver. Eu senti-me amparada como nunca, e chorei que nem uma louca. Chorei, chorei e chorei. Ainda entrei no carro dele ainda a chorar. Tremia por tudo o que era sítio. Apercebi-me que o amava e que queria ficar com ele mas não sabia se ele o queria. Quando chegamos à casa dele e ele liga a luz, deparo-me com uma mesa muito bem decorada, a lareira pronta a ser ligada e um ramo de flores na mesa da entrada. E eu, como parva que sou, chorei, chorei e chorei. Vi que o sentimento era mútuo. Ele muito calmo dizia-me que estava tudo bem. E eu chorava ainda mais, agarrada a ele e a pedir desculpa. "Será tarde para dar o fora?" deveria ser o que ele devia estar a pensar, ou então que eu era uma desiquilibrada. Mas não, muito calmo disse-me para ter calma. Que tinhamos todo o tempo do mundo. Quanto mais ele falava mais me apercebi da pessoa que ele era e mais vontade de chorar eu tinha. Mas ele, sem perder a pose pediu para que eu me deitasse no sofá e que pusesse a minha cabeça no seu colo. Eu, entre festas e beijinhos na minha cabeça, adormeci!