Wednesday, July 16, 2008

Os restantes dias foram muito deliciosos... Tinha vida de casada e amada. Ele era um querido comigo. Fazia-me as vontades todas sem eu nunca ter de pedir o que quer que fosse. Lia-me os pensamentos. Era muito sereno e calmo, o que às vezes me incomodava. Nunca se sabe ao certo o que vai na cabeça dessas pessoas e principalmente quando e como explodem... Mas nada que me preocupasse. Quando ele chegava do trabalho, tinha o jantar pronto, porque se há coisa que os escoceses gostam é de jantar quase à nossa hora de almoço. Ele adorava a minha comida. Nunca fui grande cozinheira, diga-se de passagem, mas perto da comida deles, eu era um Ás! Tudo corria às mil maravilhas, normalmente ao fim de semana iamos visitar as cidades vizinhas, fazer compras da casa, até cheguei a comprar-lhe algumas roupas novas e confesso que foi complicado obrigá-lo a usá-la. Mas ficava tão giro! No início odiava, dizia que não tinha nada a ver com ele, mas a muito custo usava. Depois habituou-se e já não queria outra coisa! Mas com o passar dos dias, aquela rotina de ficar em casa à sua espera, ou passear pela vila, começava-me a aborrecer e a ser muito rotineiro. Olhava para o relógio vezes sem conta e a hora de ele chegar não chegava. Eu que sempre fui independente, estava agora a viver em função de um homem. E a cada dia que passava, mais disso me apercebia. Cheguei mesmo a desligar-me do mundo da moda, o que também não é difícil por aquelas bandas. Enfim, mas nem tudo corria mal, quando ele chegava eu esquecia-me de tudo isto e perdia-me em seus braços. Até que chegou a vez de conhecer a sua família.