Desculpem ser aos poucos mas estou com muito trabalho! Sim porque aqui, trabalha-se! Ou finge-se...

Como todos vocês sabem, a minha chefe é megalómana! Ela é a editor- in-chief! Ela é a editora das editoras da empresa. Logo, está-se a cagar completamente para os custos. As ordens e desejos dela têm de ser cumpridos. É ela que dá lucro à empresa. Ela praticamente manda em tudo. E o espertinho do director financeiro, que tem medo dela (perfeitamente compreensível) veio falar comigo uns dias antes de partirmos para o Rio. Já que sou eu que controlo a sua agenda, queria que eu ajudasse a cortar os custos exorbitantes que esta mulher faz! A menina Filipa, como boa samaritana que é, prontamente concordou em ajudar a empresa a enriquecer ainda mais. Com o Natal a chegar podia ser que a prenda da empresa fosse assim, de modos, generosa. E qual foi a primeira medida que esta mente brilhante se lembrou de executar? Foi ir de avião para o Rio em vez de alugar um jacto. Mas há que ver sempre o lado positivo da questão... Lá ia eu ganhar umas milhas no meu cartão! Lá fui eu mais a minha chefe, em mais uma viagem de trabalho que parecia ser prometedora. Eu toda contente e a minha chefe toda chateada porque não havia jactos disponíveis (pensava ela). Mas o que interessava mesmo era eu no calçadão bebendo uma brahma ou água de coco. Naquele dia, por mais que ela tentasse, não me ia conseguir enervar!

Aterrámos, "despedimo-nos" dos pilotos, aero-moças e afins e fomos para dentro do aeroporto onde esperámos pelas nossas malas numa pequena sala de espera com os restantes executivos. A preta do sítio já tinha o carrinho pronto, mas as nossas malas teimavam em não aparecer no tapete rolante. A minha chefe agarrada ao telemóvel e eu pacientemente à espera das nossas malas... De repente deixaram de mandar malas pelo tapete rolante e as nossas ainda não tinham dado o ar de sua graça. Passados 3 minutos o tapete deixou de funcionar.